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Saiba como manejar lagartos e serpentes

Bem diferentes dos mamíferos e das aves, lagartos e serpentes causam repulsa e medo em algumas pessoas. Outra parte do público considera esses répteis sem graça, sem sentimentos e com a aparência pouco atrativa. Mas há também quem sinta fascínio inexplicável por eles e os veja como mascotes diferenciados, silenciosos, com traços únicos e admiráveis.

Entre os répteis mais presentes nos lares brasileiros estão os lagartos Gecko e Pogona e as serpentes Snake e Píton. São todos animais exóticos, ou seja, não encontrados naturalmente na nossa fauna. Apesar de, desde 1998, a portaria 102 do Ibama proibir a importação de répteis exóticos para a implantação de criadouros, não existe impedimento formal para a sua comercialização.

Origem e curiosidades

Os lagartos Gecko são nativos do deserto do Norte da Índia e do Paquistão. De hábitos noturnos, medem até 20 a 25 cm considerando-se também a cauda, sendo as fêmeas um pouco menores que os machos. Chegam a pesar entre 100 a 120 g, com expectativa de vida entre 10 a 20 anos, apesar de um Gecko ter vivido nos Estados Unidos por 39 anos.

Já os lagartos Pogonas, originários da Austrália, são maiores. Alcançam até 60 cm incluindo a cauda e têm expectativa de vida de até 12 anos.

Quando às serpentes, as duas espécies desta matéria não são venenosas. A Corn Snake, que vem do sul dos Estados Unidos, é considerada por muitos, a serpente mais mansa do mundo. De fácil manuseio, tem porte relativamente pequeno (alcança 1,5m, no máximo). Vive aproximadamente por até 20 anos.

As Pítons, de origem Asiática, são bem maiores. Podem atingir cerca de 6m, com expectativa de vida de 30 nos. Destacam-se também pela beleza e comportamento calmo, mas, por serem extremamente fortes, exigem destreza e atenção no trato, pois são capazes de estrangular uma pessoa.

Alimentação

Cada espécie tem seus hábitos alimentares. Para os Geckos basta dar larvas de tenébrio, baratas e outros insetos, os quais podem ser servidos em forma de rodízio. Durante o crescimento, precisam de alimentação diária e, quando adultos, as refeições podem ser ofertadas em dias alternados.

Os Pogonas são onívoros: aceitam, além de tenébrios e baratas, pequenos vertebrados como neonatos de camundongo. E na fase adulta, necessitam também de vegetais, como folhas e frutas. A recomendação é alimentá-los diariamente.

De outra parte, as serpentes Corn Snake e Píton são exclusivamente carnívoras. Dão-se bem com camundongos ou ratos, que podem ser servidos vivos (criação caseira) ou aquecidos em temperatura ambiente (quando comprados congelados).

Uma forma prática de alimentar serpente no momento certo é fazê-lo sempre que ela defecou. Normalmente, isso acontece uma vez por semana, mas o metabolismo pode acelerar ou ficar mais lento dependendo da temperatura ambiente (calor estimula a comer mais).

O terrário

A criação de répteis é feita tradicionalmente em terrário, cujas medidas variam conforme o tamanho adulto e a quantidade de exemplares colocados juntos. O espaço deve ser suficiente para conter também galhos, pedras, tocas, vasilhas de água e comida, e para deixar para a movimentação dos animais pelo menos 40% da área do terrário.

Uma regra básica da criação de répteis é deixar um dos lados do terrário mais quente, com fonte de calor, e o outro mais frio, com algum recipiente contendo água. O animal escolhe qual lado quer ficar conforme sua necessidade de termorregulação.

A água é importante para proporcionar a umidade necessária para a ecdise, que é a troca de camada mais externa da pele. É necessária uma pedra ou um galho resistente para o animal ter onde se esfregar ao remover a pele velha.

É essencial também que o terrário disponha o esconderijo. Apesar de os répteis manifestarem menos estresse de cativeiro que outras espécies, os casos que ocorrem são, em sua maioria, causados por ausência de um abrigo onde se sintam seguros.

O substrato mais prático é o de papel toalha, por facilitar a limpeza. Outras opções são terras e cascalhos de madeira. Areia também pode ser usada, mas é melhor evita-la com lagartos. Há riscos de eles a engolirem, principalmente quando estressados, e adquirirem impactação (ou sablose), que é acumulo de areia no trato gastrointestinal.

Mais de um

Tanto a Corn Snake quanto a Píton convivem bem com outros indivíduos de sua espécie. Quanto aos lagartos, como Geckos e Pogonas, vivem sozinhos na natureza. Nesse caso, mas de um macho no terrário não acostuma ser boa ideia, já que as brigas ocorrem com frequência. Fêmeas são mais tolerantes, mais podem disputar comida e território. Caso a opção seja manter mais de uma fêmea no mesmo terrário, todas deverão ter um esconderijo individual para usarem como local de fuga.
De olho na saúde

Por causa do metabolismo lento, os répteis se movimentam menos que os outros animais, o que dificulta identificar os problemas de saúde ainda no início. Muitas vezes, quando se percebe algo de errado, o caso já é grave. Sendo assim é de extrema importância dar atenção frequente a esses animais. Além de ficar de olho em qualquer pequena mudança de comportamento, como inapetência e apatia, é interessante submeter os répteis, pelo menos uma vez por ano, a exame clínico feito por veterinário especialista.

Conforme a Resolução 829/2006, do Conselho Federal de Medicina Veterinária, qualquer animal necessitando de assistência, independentemente de ter ou não origem legal, deve ser atendido. Então, não tenha receio de procurar ajuda profissional sempre que julgar necessário.

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