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Treinamento e enriquecimento ambiental para aves

Por anos, o treinamento de aves foi tido como uma exploração destinada apenas ao entretenimento. Ainda hoje, os mais desavisados acreditam que o objetivo seja somente esse. Na verdade, a educação resolve problemas diários por facilitar o contato no manejo, por manter a ave estimulada mentalmente e por viabilizar, e ainda, ao exercitá-la em voos dentro e fora de casa. 

Quando uma ave para de exercitar o treinamento de voo por exemplo, ou de participar de alguma atividade durante o treinamento, que você observa que ela goste tanto,  ou quando ela tem uma brusca queda de peso (fica fácil observar com medições frequentes, já que é fácil colocar a ave na balança quando é treinada), podemos concluir que há um problema de saúde em estágio inicial.  

Também fica mais fácil coletar o sangue de uma ave treinada, sem o uso de força física, nem de contenção bruta. Fica mais fácil fazê-la se deitar até o exame de raio X ser concluído,  ou que ela se deixe apalpar por um veterinário que desconheça. O conjunto de benefícios proporcionados pelo adestramento facilita muito o tratamento dela. 

Treinar aves é também uma ótima forma de mantê-las saudáveis mental e fisicamente, de lhes dar ocupação durante parte do dia e, ainda, e de estreitar os laços com elas. 

Oferta de alimento 

É comum, mesmo entre tratadores experientes, concentrar as iniciativas de enriquecimento ambiental na alimentação das aves, não só na oferta de alimentos variados, mas também servindo-os em lugares diferentes e de formas variadas. Embora essas técnicas sejam de grande ajuda para estimular as aves mentalmente – afinal, na natureza elas passam boa parte do tempo procurando comida – vale lembrar que esse é apenas um dos vários recursos que podem ser usados na promoção do enriquecimento ambiental. Os quebra-cabeças fabricados especialmente para desafiar os psitacídeos (periquitos, papagaios e araras) a retirar a comida preferida deles ajudam também a entreter. 

Já os pássaros que ciscam podem ser estimulados a procurar alimento em tapete de grama colocado no fundo da gaiola. Outra opção é grudar, com mel, as sementes mais apreciadas nos poleiros depois de higienizá-lo, enriquecimento que pode ser diário. 

Alternar viveiros 

Uma iniciativa recomendada é alterar diariamente a disposição de poleiros e brinquedos no viveiro habitual. Mas melhor ainda é oferecer um segundo viveiro, com formato diferente, para alternar com o atual. 

Num primeiro momento, a novidade pode causar depressão em algumas aves, principalmente nas mais velhas e pouco acostumadas a novos estímulos (a mudança de ânimo é facilmente percebida pelos moradores da casa). Nesse caso, a recomendação é ensinar que “o novo pode ser bom”.  

Isso é feito passando a oferecer os objetos e alimentos preferidos pela ave exclusivamente no viveiro novo. No velho, ela fica apenas durante uma parte do dia, e aproveita para matar as saudades. Quando a transição de um viveiro para o outro ocorrer com tranquilidade, a frequência do rodízio pode ser aumentada. Uma opção interessante é deixar o viveiro mais velho acumular a função de dormitório. 

Equilíbrio hormonal 

Principalmente durante o período dos acasalamentos, em geral na primavera, é crucial conhecer os comportamentos reprodutivos da espécie que temos em casa, para sabermos lidar com os indivíduos que a ela pertencem. A ave que não consegue se satisfazer sexualmente poderá apresentar sintomas de frustração como parar de cantar, ficar no ninho ou ser agressiva, minando o relacionamento positivo. Para diminuir a frustração, algumas aves precisam de um lugar ou brinquedo para se satisfazerem sozinhas, enquanto algumas procuram a mão de alguém. E, quando mal compreendidas, podem se tornar agressivas ou se alto-mutilarem.

Consulte sempre o médico veterinário de sua confiança para tirar mais dúvidas.

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