Se você pegou um filhote de Hamster para criar, de início ele não entenderá você, nem você a ele, mesmo que o animalzinho já tenha recebido seus paparicos.
O Hamster recém-chegado fica entretido com os instintos dele, de animal silvestre, exercendo-os nos equipamentos da gaiola: sobe e desce escada, afia os dentes na grade e “faz esteira” na roda colorida, mal olhando para você. Depois, relaxado, ele senta e fica longo tempo coçando o corpo com o focinho ou as patas.
Você precisará entrar no mundo dele de alguma maneira, pois lembre-se, embora seja um roedor, ele é, pode se dizer o seu “minicachorro” ou seu “minigato”, apesar de a atividade dele na roda se parecer com a de um liquidificador.
Olhar para ele e repetir o nome dele em tom suave e carinhoso, repetir também um elogio como “bonitinho, bonitinho…”, fará com que ele comece a olhar para você. Ele fará isso também quando estiver sentado num canto, e você olhando-o nos olhos, começar a balançar a cabeça fazendo caretas engraçadas para ele, repetindo o nome dele.
Daí em diante, bastará você ir acompanhando mais os movimentos dele, fazendo elogios, por exemplo, quando ele estiver correndo na roda, e ele passará a fazer isso olhando para você querendo “se mostrar”, todo exibido. O ponto crucial chegará quando você se atrever a tirá-lo da gaiola e, segurando-o com as mãos em concha, e colocá-lo junto ao ombro, alisando em círculos as costas dele.
Curiosamente, ele preservará os instintos silvestres que o levam a fugir sempre que querem apanhá-lo. Então ele terá sempre que correr de um lado para outro fugindo da sua mão, até se deixar apanhar, mesmo que já goste de você e de seu carinho. Por vezes, contudo, ele ficará até de pé na grade, para chamar sua atenção. Mais, ainda vão existir momentos em que ele não vai querer aproximação e se esconderá na toca que houver ali.
Nessa etapa, entretanto, ele já terá passado a seguir você continuamente com os olhos, e procurará sempre chamar sua atenção. Vai se divertir quando você o soltar sobre um sofá, por exemplo, segurando-o com os dedos em volta da barriga para evitar que ele fuja (deixá-lo livre exige um espaço muito seguro).
Quando colocado no ombro, vai querer fazer uma “turnê” até a sua barriga ou mesmo até as suas pernas, se você permitir esse “turismo”. Mais, ainda haverá um “porém”: quando ele estiver dormindo, aconchegado no ninho de palha que ele faz para si mesmo dentro da gaiola (ele dorme muito de dia, porque é um animal noturno). Não tente pegá-lo, porque, zangado, ele poderá dar razão aos instintos silvestres e morder.