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Fazer as necessidades fora do lugar, nunca mais

Ao chegar em casa após um dia de trabalho, o administrador de empresas Thiago Salazar, 29 anos, de São Luís, se apressa para soltar seu Shih Tzu, Teo, de 3 anos. Sempre que sai, ele limita o espaço do cãozinho na pequena área de serviço do apartamento, com comida, água e tapetinho. “Se o deixo solto, ele faz as necessidades por toda a casa – nada escapa, nem minha cama, nem o sofá, nem a geladeira nova, cujo pé enferrujou de tanto xixi que Teo fez lá”, reclama Thiago.

Esta é a principal causa do abandono de animais em abrigos, segundo revela pesquisa feita nos Estados Unidos pelo departamento de Medicina Veterinária da Perdue University, de Indiana. A principal conclusão dos pesquisadores é que a maioria das pessoas não sabe corrigir os maus hábitos de seus cães ou que na hora da compra não imaginem que eles façam necessidades fisiológicas.

O caso de Teo reflete essa realidade. “Quando ele chegou do canil, veio treinado, tudo certinho”, conta Thiago. “Até o dia em que, ao voltar do trabalho, encontrei xixi do Teo no sofá, então gritei com ele. A cena voltou a se repetir e acabei trocando o jornal por tapetinho – imaginei que pudesse ser mais atraente para ele, mas tudo em vão”, informou desconsolado.

Atribuir esse tipo de comportamento canino a birra é muito comum, mas a utilização de locais variados como banheiro indica que, na verdade, o cão não sabe qual é o lugar certo para fazer suas necessidades. Todo cão pode aprender a usar o banheiro – o que muda é a demora para obter resultado. A rapidez do aprendizado pode variar de uma única aula até algumas semanas, dependendo de variáveis como a maneira de treinar, a correta aplicação dos esforços positivos ( devem ocorrer sempre que o cão apresentar o comportamento certo), a persistência do treinador, e há quanto tempo o cachorro tem o mau hábito.

Treino dentro de casa

Tanto para filhotes quanto para adultos, cada sessão de treino começa logo depois de acordar ou 20 a 30 minutos após a ingestão de comida ou água, ocasiões em que os cães costumam fazer as necessidades.

Também estimulam a evacuação, as sessões de brincadeiras, morder brinquedos ou ossos ou, ainda, estar sem urinar nem defecar por 3 a 4 horas ( nos filhotes com menos de 4 meses de vida).

Assim que o animal começa a farejar o chão intensamente e a girar em torno de si mesmo ou raspar o piso, é preciso levá-lo calmamente para o lugar onde fica o banheiro dele. Ao chegar lá, aguarda-se até ele começar a evacuar, ocasião em que se usam palavras de incentivo como “muito bom”, ditas de maneira carinhosa. Assim que ele termina, a associação positiva é reforçada com carinhos.

Garantir os acertos

No começo, a indicação é deixar uma ampla área do “banheiro” forrada com folhas de jornal ou tapetes higiênicos, para ficar praticamente impossível de acontecer erro. Na medida em que aumenta a desenvoltura do “aluno”, a área de forração é reduzida até ficar equivalente a meia folha de jornal ou a um tapetinho, se o cão for pequeno. Se ele tiver o porte de um labrador, a forração terá o dobro da área, ou o triplo, se for ainda maior.

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