Quando seu pet entra na “puberdade” é chegada a hora de tomar a decisão, às vezes difícil, de castrá-lo. Muitos donos ainda ficam receosos com a operação, em grande parte pelas dúvidas que têm sobre ela e pelo medo de fazer seu amigo sofrer. Para esclarecer os mitos e verdades da castração, consultamos especialistas que vão ajudar você a entender melhor essa operação que, além de evitar a reprodução indesejada, previne doenças que podem surgir devido a presença de hormônios do ciclo reprodutivo. Segundo veterinários cerca de 70% das cadelas não castradas desenvolvem tumor de mama, mas, se forem operadas precocemente, a chance de terem a doença é praticamente zero. O tumor de mama está diretamente relacionado com a cadela que tem ovário, não importando se ela teve cria ou não. A castração também previne problemas como a piometra, grave infecção uterina em gatas e cadelas, e tumores da próstata nos machos.
Muitos têm medo do pós-operatório
A dentista Marta Ribeiro, conta que só aprendeu os benefícios da castração há alguns anos quando suas gatas Ligia e Luiza tiveram piometra. “Minha gatinha mais velha, morreu no pós-operatório da cirurgia de infecção no útero, até ela ficar doente, não sabia que a castração poderia ser benéfica, por isso não fazia a operação em pets antes”. Hoje Marta tem dois gatinhos, o Junior, de 8 anos, e a Lady, de 2 anos, que foram castrados ainda jovenzinhos. Devido à diminuição hormonal, a esterilização pode trazer mudanças comportamentais, mais evidentes três meses após operação.
A castração também evita que o bicho fuja de casa para procriar, ficando sujeito a doenças e acidentes, e em machos atenua problemas como demarcação de território, além da agressividade motivada pela excitação sexual constante. Nas fêmeas, a castração minimiza episódios de gravidez psicológica e suas consequências, como a inflamação das mamas.
Como saber se é hora de castrar o pet?
Em geral, os especialistas sugerem que a castração aconteça no primeiro ano de vida, por volta dos 6 ou 8 meses de idade, no machos. No caso das fêmeas, alguns recomendam castrá-las antes do primeiro cio, ou após esse período. Outros acreditam que a melhor idade é após o primeiro cio das fêmeas, e nos machos antes da puberdade.
A fase da vida em que o pet é castrado influência no comportamento que ele terá dali em diante. Quando a castração é feita antes do primeiro cio nas fêmeas e nos machos antes dos 10 meses de idade, a tendência é que o pet se mantenha ativo e brincalhão por muito tempo. Já quando a cirurgia é feita tardiamente, após 1,5 ano nos machos e depois do segundo cio nas fêmeas, o animal tende a ficar mais sedentário e a engordar, alguns cães ficam mais mansos, e os gatos põem deixar de demarcar território. Mesmo com a esterilização, alguns machos mantêm comportamentos como urinar fora do lugar, perceber quando a fêmea está no cio e acasalar, brigar com outros machos, entre outras peraltices, devido ao instinto natural dos animais.
Anestesia: o pesadelo dos donos de pets
Muitos ficam receosos de castrar suas cadelas por causa da anestesia. Independentemente do tamanho do animal, não existe procedimento médico sem riscos. Contudo, na anestesia se utilizam anestésicos e equipamentos para diminuir o risco calculado. Antes da cirurgia é recomendado fazer exames de sangue, como hemograma, para avaliar o estado de saúde do pet. No caso dos mais velhos ou daqueles que têm alguma doença, é feito um acompanhamento mais específico.
Cuidados pós-cirúrgico são essenciais
Nos dias que se seguem à castração deve-se seguir a orientação do veterinário. O pós-cirúrgico consiste em cuidar da ferida cirúrgica, além da administração de anti-inflamatórios e antibióticos para prevenir dores e infecções. Animais muitos agitados devem evitar o sobe e desce de escadas e sofás para não infeccionar os pontos. Maior cuidado deve se tomar com as fêmeas, pois a incisão é abdominal, já os machos ficam com sutura somente na pele.
Outra dica é oferecer alimentos com maior índice de proteína. Os pontos, feitos com fios cirúrgicos à base de náilon ou outros materiais, são retirados, em média, após 8 a 10 dias de castração, e a quantidade dependerá do tamanho do pet. Os fios cirúrgicos absorvíveis também são adotados em cirurgias realizadas em pets.
Atenção redobrada com os pontos!
Enquanto os pontos não são retirados, seu amiguinho não deve coçar ou lamber a região. Se o seu pet for daqueles que não conseguem se controlar, existem roupinhas pós-cirúrgicas e colares que podem ajudar.