Parecidos com papagaios, só que em tamanho reduzido, os agapórnis são pets muito queridos e bastante presente nos lares brasileiros. Como os psitacídeos em geral (a exemplo de araras, papagaios e calopsitas), são monogâmicos. Mas, por ficarem trocando carícias o dia inteiro e permanecerem fiéis ao parceiro por toda a vida, ganharam o carinhoso apelido de “aves do amor”. Assim, mantê-los sempre em casais é uma boa iniciativa para a saúde mental deles.
Dentre os hábitos curiosos dos agapórnis, podemos destacar o de “tagarelarem” bastante entre eles. Além disso, são ativos e brincalhões, inclusive com os donos. Mas, para aceitarem ficar docilmente na mão das pessoas, é preciso amansá-los alimentando-os com seringa desde quando são retirados do ninho, aos 15 dias de vida. Fora isso, são de ficar na gaiola, mas podem circular fora dela sob supervisão.
Atualmente, estão catalogadas nove espécies de agapórnis. Medem por volta de 13 a 17 cm, o que coloca essas aves entre os menores psitacídeos. Oito espécies são encontradas na África em regiões muito secas, de diferentes países, próximas a linha do Equador. A nona, Agapornis Cana, é da ilha de Madagascar.
Essa rusticidade em conjunto com a beleza e constante atividade torna os Agapórnis muito procurados por admiradores de aves. A procura é ainda mais estimulada pela infinidade de cores e mutações adquiridas por meio de cruzamentos em cativeiro. Nos pet shops brasileiros, as espécies mais encontradas são o Agapornis roseicollis, o fischeri e o personata.
Alimentação
Na natureza esses periquitos comem basicamente sementes de gramíneas, brotos de folhas, frutas e sementes de cultura como cevada, milho e sorgo. Em cativeiro, serve-se ração extrusada, água de excelente qualidade, bloco de cálcio, areia própria para aves, fruta, verduras e legumes. Contudo, não deve ser oferecido nada relacionado com abacate a qualquer psitacídeo.
Não utilize comedouros e bebedouros de plástico. O bico muito forte dessas aves pode destruí-los em questão de minutos. Prefira vasilhas de porcelana, mas fáceis de higienizar e mais difíceis de serem estragadas “mordendo”.
Manejo da criação
Os Agapórnis adoram banho. Para eles, a colocação da banheira no viveiro ou na gaiola emotivo de alegria. Terminado o banho, retira-se a banheira para evitar ingestão da água com sujeiras.
Na época do choco, que vai de setembro a abril, o banho se torna imprescindível para a maioria das espécies de Agapórnis. A água que fica na ave ao sair da banheira é útil para dar aos ovos a umidade adequada. Por isso, nesse período a recomendação é proporcionar dois banhos diários.
Brinquedos próprios para as aves penduradas na gaiola ou viveiro proporcionam distração e contribuem para a boa saúde mental dos Agarpórnis. Outros complementos interessantes são espelhos e galhos de árvores. Variar o diâmetro dos poleiros é um cuidado importante para evitar o aparecimento de inflamação nos pés, bem como de problemas articulares. Para que não caiam fezes das aves nos alimentos e na água, deixa-se e o bebedouro afastado do poleiro.
Gaiola ideal
Quanto mais espaço houver para as aves, melhor. As dimensões mínimas pré-defindas para um casal de Agapórnis são de 80 x 50 x 50 cm. Na parte externa da gaiola, acopla-se uma caixa-ninho com 25 x 15 x 15 cm, forrada com serragem para formar uma “cama” onde a fêmea depositará os ovos.
A maturidade sexual começa por volta dos 10 a 12 meses de vida, tanto para os machos quanto para as fêmeas, em cada postura são colocados de três a oito ovos. Com a chegada do terceiro ovo começa a incubação (choco), que dura de 22 a 25 dias. A tarefa pode contar com a ajuda do macho, que muitas vezes choca também. Por volta de 38 a 50 dias de idade, os filhotes começam a sair do ninho e duas semanas depois se tornam independentes.
Saúde
Um Agapórnis bem cuidado pode viver por 25 anos, mas toda ave, mesmo rústica, está sujeita a enfermidades. Por isso é importante ficar sempre atento. Por exemplo, plumagem com falta de brilho, pernas eriçadas e arrancar as penas podem indicar doença. Sintomas evidentes são diarreias, espirros, lacrimejamento com secreção nasal, respiração ofegante e coçar-se em excesso. Alterações comportamentais como assumir atitude arredia repentina, esconder-se sempre e ficar no fundo da gaiola são também um alerta para procurar auxílio veterinário.
Entre as doenças mais frequentes em Agapórnis estão as nutricionais, respiratórias, hepáticas e intestinais. Há risco de pegarem clamidiose, circovirus (doença de bico e das penas), bouba aviária, infecções bacterianas e fúngicas, ectoparasitose e coccidiose. Tumores também podem ocorrer. O ideal é detectar um eventual problema no início e combate-los antes que se agrave. Os check up semestrais ou anuais, como avaliação clínica veterinária e exames diversos, ajudam nesse sentido.