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Coridoras: os peixes “limpa-fundo”?

Conheça as particularidades dessa espécie sobre a qual existem diversos mitos

Conhecidas por muitos apenas pelo nome vulgar “limpa-fundo”, as Coridoras recebem esse nome por fazerem parte do gênero Corydoras.

Suas mais de 100 espécies são mais do que simples faxineiras. Na verdade, apesar de se alimentarem junto ao fundo do tanque, não comem os detritos dos outros peixes do aquário.

De aparência e comportamento peculiares, esses peixes proporcionam um atrativo à parte, com a movimentação feita em grupo, oferecem maior dinâmica para a comunidade que habita o aquário.

Água e pH

As cores e os comportamentos naturais desses peixes se revelam em água com pH neutro para levemente ácido e mole, com temperatura entre 25° e 27°C típico das bacias sul-americanas que formam a região de origem das Coridoras, com destaque para as bacias da Amazônia. Vale lembrar que algumas espécies, quando bem cuidadas, chegam a viver 10 anos ou mais em aquário.

Manejo

É bom garantir um bom espaço livre para permitir que as Coridoras se movimentem, o que fazem em pequenos cardumes de pelo menos quatro indivíduos, a procura de alimentos nos fundos.

A maioria das espécies de Coridoras presentes nos aquários não oferece ameaça e ambientes comunitários. Elas podem ser mantidas praticamente com todos os demais peixes que compartilham as mesmas necessidades quanto ao Ph e à temperatura da água. Só não é recomendado que esses outros peixes tenham muito mais que cinco ou seis centímetros – comprimento típico das Coridoras -, para não tentarem predá-las.

A exemplo de outros peixes de fundo, as Coridoras possuem espinhos defensivos que podem machucar o aquarista descuidado. A regra geral para o manuseio seguro é contar com a ajuda de um puçá ou de um pote.

A maior atividade das Coridoras acontece á noite. Como elas não apreciam iluminação muito clara pode-se promover sombreamento com o uso de plantas e troncos, o que ajuda a compor um cenário mais próximo ao do ambiente natural.

É aconselhável que o cascalho do substrato não tenha arestas nem cantos cortantes, qualidades encontradas nos seixos rolados. Evita-se, assim, provocar ferimentos no aparelho bucal das Coridoras, que mais aparece uma mini tromba rodeada por barbilhões.

Alimentação

As Coridoras mantêm-se à procura de alimento pelas frestas do tanque, sugando o que está depositado no fundo. Contudo, quando esfomeadas, não hesitarão em subir à superfície para se alimentarem.

Ao contrário do que muitos pensam, elas não são comedoras de algas. Aceitam bem as várias rações próprias para peixes de fundo, encontradas no mercado, mas é sempre bom enriquecer o cardápio com alguns petiscos, como pedacinhos de minhoca e cubinhos de Tubifex desidratado.

Reprodução

Dificilmente se consegue sucesso na primeira tentativa de reprodução das Coridoras. Para despertar nelas o relógio biológico que dá início a um longo período de “namoro” e “cortejo”, em que macho e fêmea se “abraçam” e os novos ovos são expelidos, é preciso simular a chegada da estação das chuvas, o que envolve ações relacionadas com a água e a alimentação.

Os melhores resultados são obtidos mantendo muitos indivíduos em um aquário de bom tamanho e dando-lhes alimento vivo, como pequenas minhocas e artêmias, por pelo menos sete dias, a uma temperatura de 28°C. Ao termino desse período, aumenta-se a temperatura para 29°C durante 24 horas e se faz a troca de aproximadamente 40% da água por outra um pouco mais fria, com cerca de 25°C, o que geralmente leva à desova.

A fêmea, então, gruda os ovos numa superfície previamente limpa, geralmente o vidro do aquário. Com a eclosão dos ovos, os alevinos nascem bem pequenos e, por sua vez, precisam de alimentos minúsculos, sendo recomendado dar náuplios de artêmia (artêmias recém-eclodidas).

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